TROPEIRO, MENINOS MACUMBEIROS, NO CODÓ, MA.
Zé da Hora,
meu amigo viveu mais 104 anos e lucido, me contou umas coisas boas, de tropeiro
em seu tempo, do Piauí para o Maranhão.
Viajou uma
vez com José Minervina, de Jatobazinho Dom ioncencio, Piauí mais Etelvino um
senhor, que além de tropeiro era curandeiro rezador, rezava para tudo; só não para
perna quebrada e Manoel Preto, maranhense. Saiam de Carolina até Codó no Maranhão.
Distância de 623 km. Um mês ida e volta.
Em uma das
paradas, Zé viu uma cobra preta morrendo com um cascavel engasgada. A cobra
tinha engolido um Preá, a cobra ao engoli-la, o Preá não passava. Ela tentava
expelir a presa, mas nada adiantava; ia morrer se não fosse a intervenção de Zé
da Hora que ajudou a pobre cobra. Cobra preta não pode matar, pois elas comem
cobras venenosas.
Mais na frene Zé da Hora teve de tomar uma atitude dura.Um burro quebra uma perna, Zé tinha carta branca na tropa, para fazer o que necessário, pegou a garruncha que usava como defesa e deu dois tiros na cabeças do animal, que morreu relinchando como se pedindo clemência. Animal com perna quebrada é morte na certa.
Mais na frene Zé da Hora teve de tomar uma atitude dura.Um burro quebra uma perna, Zé tinha carta branca na tropa, para fazer o que necessário, pegou a garruncha que usava como defesa e deu dois tiros na cabeças do animal, que morreu relinchando como se pedindo clemência. Animal com perna quebrada é morte na certa.
Em uma
dormida foi José Minervino se engasgou com um pedaço de osso pequeno de bode, Etelvino
sentou à mão santa, o companheiro tropeiro ficou aliviado, quando solta o osso
de volta. Ficou feliz apesar do arranhão na goela. Seguiram viagem até chegara
Codó. Estavam descansando, debaixo de uma enorme mangueira e uns meninos
brincando.
O que parecia
coisa normal, inocente de meninos, foi ficando esquisito, quando um dos meninos
disse ao primo: “vou virar um cachorro”, e virou o outro disse: “viro uma
raposa”. E ficaram correndo atrás do outro. Zé da Hora e seus companheiros pensaram
que era o diabo. Depois lembraram que o Codó é conhecido como terra dos
macumbeiros. Zé que era o chefe da tropa disse, que nuca mais pisava naquele
lugar onde até crianças já nascem macumbeiras.
Ficou velho,
deixou de tropear, foi viver em Brasília até sua morte. Em 2014, aos 104 anos.
Assim ouviu,
NHOZINHOXV.
Comentários
Postar um comentário