ANDÃO DE RAIZ PIAUÍ UM LUTADOR TROPEIRO.


Localidade de Raiz São João do Piaui, ano 1960/70.
Andão, homem com traços indígenas 1,75m magro e sorriso nos lábios. Bom de resenha, papo, uma boa pessoa.  Viajava com um de seus muitos filhos menino, para Barra do bonito. Raiz onde ele morava em beira de estrada, tinha o costume de tratar todos, que paravam e sua casa ele e familia eram gente da melhor qualidade. Davam água comida e roça para os animais.
Como seus patrícios vivia de tropear de são João do Piauí para Barra do Bonito, Dom Inocencio Piauí. Vendia cal, batata, milho, feijão; rapadura e fumo. Era um tropeiro como muitos, que tinha sua própria tropa de jumentos. Esses andavam tão magrinhos que comiam, até Mussambê uma planta amarga e com um cheiro ruim. Quando podia Andão dava um pouco de milho aos jumentos.
Viajando para Barra do Bonito eram duas semanas idade e volta. Uma de suas paradas era em Angical na casa do compadre Alfredo comerciante. Gente rica todo mundo queria ser seu compadre. Alfredo era um homem bom e não fazia acepção de pessoas.
As meninas, de Sinhaninha comadre e Alfredo, ficavam com raiva do tropeiro, quando chegava tarde da Barra em Angical tarde da noite. No sertão pessoas dormem cedo, ainda mais meninos. Elas tinham de fazer comida. Iracema uma neta, certo dia pegou umas batatas de Andão para se vingar, mas ninguém ficou sabendo. Batata doce era raridade no sertão.

Quando passava de Saco do Antoninho para Olho d’água, foi ver tinha perdido a carteira com cinco mil cruzeiro, dinheiro da feira. Imagine com o homem ficou aflito. Manda o filho tocar os jumentos até casa do Jerônimo e volta correndo em sua burrinha para ver se encontrava a carteira.
Quando estava passando pelo Salgado tabuleiro, topa com um homem de Jatobazinho, que fazia o mesmo trajeto que Andão fez. Andão conhecia o sujeito, fica mais aliviado quem sabe esse teria achado sua careira. Cumprimentou Eusébio nome do homem e usando a psicologia sertaneja, pergunta se estava tudo bem. Para depois perguntar se o homem teria achado alguma coisa na estrada. Eusébio perguntou o que? Andão reponde que perdeu uma carteira com cinco mil cruzeiro.
Eusébio devolve a carteira do mesmo jeito que a encontrou. O tropeiro fica tão feliz e pela honestidade do homem, que lhe deu quinhentos cruzeiros, dinheiros de cinco dias de serviço na época.

Em 1968 Andão sofreu um acidente na virada do caminhão de Plinio Ribeiro em Passagem Nova. Quase ficou aleijado, ficando com um defeito na coluna. Mas como era um homem de raça, continuou a lida de tropeiro, deixando depois para comprar bode, tirando para São João do Piaui. Só parou na velhice, já morando na cidade. Em São João ele tinha uma rocinha onde passava o tempo e montava em sua burrinha preta.
Final feliz para os dois: um porque encontrou sua fortuna, o outro porque não ficaria com a consciência pesada, ficando com o que não era dele. Sempre existiu ladrões de bode no sertão, mas na maioria o sertanejo é honesto. 
É isso.

NHOZINHO XV
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