CITY NÃO É LUGAR DE TROPEIRO.
Caetano foi
tropeiro no Triângulo mineiro, Uberaba trabalhando de janeiro ao ano inteiro. Transportava
mulas e jumentos, carregados de café, feijão, rapadura, cachaça e fumo. Possuía
20 animais cargueiros, contando o da montaria, viajava com seus dois filhos; um
de 15 anos outro de 17 anos. Tinha uma vida de certa maneira sossegada, sua
família comia bem e vestia. Não devia nada a ninguém. Tinha crédito nos bancos.
Cansado
desta vida de cigano, pois vivia mais nas estradas, que me casa. Resolveu vender
a tropa, e se mudar para cidade de São Paulo. Foi ser ajudante de Pedreiro ele
que era patrão, passou a ser empregado, aguentado todo tipo de humilhação.
Foram anos e cada dia Caetano foi ficando mais pobre. Não podia mais voltar
para Minas, pois lá não tinha mais nada, vendeu uma pequena propriedade e a tropa.
A mulher
passou a andar na moda, toda mangueada e usando minissaia, os filhos não quiseram
estudar. Um dos motivos, pelo qual, ele parou de tropear, era para ver os
filhos formados. Não foi isso que aconteceu. Os homens viraram foi bandidos, só
viviam presos e drogados.
Sua filha
caçula, namorou um cabeludo que se dizia ter de tudo, quando foi ver não tinha nada.
Deixou a filha, nem solteira nem, casada. Caetano cada dia ficava mais
desgastado pela vida na cidade. Mas teria de suportar. Seu consolo era ouvir música
sertaneja e relembrar seu passado em Minas, sua vida que parecia ser um tanto
dura, mas se comparando o que vivia; lá Caetano era feliz não sabia.
Morreu demente
e arrependido de deixar à vida de tropeiro para morar na cidade. Antes da demência
dizia ele: “à cidade não é lugar de tropeiro”, concluía.
Contou, NHOZINHO
XV.
Comentários
Postar um comentário