CIDADE NÃO É LUGAR DE ROCEIRO.
No bom triângulo mineiro
vivia um caboclo onde tinha um sítio. Vivia sossegado cuidando da roça e umas cabeças
de gados, porcos e cavalos bons. Só ia a cidade só no dia de feira para vender
queijo e comprar o que ele não produzia.
Como os filhos cresciam sem
estudo ele vendeu tudo para morara na cidade. Foi morar na periferia único
lugar que pode comprar um terreno e construir sua casa.
Na cidade tudo é diferente
ele que acordava cedo precisava ficar deitado para não incomodar mulher e
filhos que ao invés de escola caíram nos bailes. Viram drogados e logo morrem assassinados
ou presos. A filha namorou um cabeludo logo, dormia com ele em casa, coisa que
caboclo achava esquisito. Depois de certo tempo o cara largou sua filha nem
solteira nem casada.
Até sua mulher passou a
usar minissaia e se pintar toda para imitar as mulheres das novelas.
O mineiro chorava lembrando-se
da vida que tinha no seu sítio. Agora aposentado, como roceiro, portanto pouco
recebia.
Velho não poderia mais voltar morar na roça.
Consolava-se ouvindo os
programas do Zé Russo e Zé Bétio, da Rádio Record SP, onde passavam músicas
falando do campo. Ele senta na rua de terra olhando os carros que passam e
gentes estranhas mal encaradas de vez em quando vê mortes em pleno dia.
Na velhice ele tem um
conselho: que ninguém faça o que ele fez. Cidade não é lugar de quem nasceu e
viveu na roça.
Nhô Adão.
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