Em Corrente,
Piauí sul do Piaui, há muitos anos,aconteceu um caso de bravura de duas crianças, de 10 e 7
anos. Viviam na roça com seu pai e mãe.
Seu João Rolinho
estava na roça trabalhando sozinho. À roça, ficava em um pé de serra distante, de
onde eles moravam. Quando a mulher de João fez o almoço mandou as crianças
levar a comida ao pai. Tinha um caminho meio fechado, pois era o primeiro ano
daquela roça que tudo indicava que daria bom resultado ao roceiro João Rolinho.
Os meninos
seguiram com a comida, mas no carreiro se perderam, por causa de uma chuva
forte que derrubou árvores, escureceu como noite. Ficaram andando a leu, sem
conseguir, encontrar o caminho. Quando seu João já cansado de esperar, resolveu
voltar para casa morto de fome. Chegando em casa, a mulher conta que mandou os meninos
levar a comida dele. Mas lá não chegaram. João ficou desesperado, naquela região tinha onça
pintada e poderia ter comido os meninos.
Arrumou uns
vizinhos e saíram procurando gritando até que encontrou as crianças, com as roupinhas
rasgadas e mortas de fome e sede.
João perguntou
ao mais velho por que não comeu a comida. Joãozinho de 10 anos respondeu, que o
almoço era do pai, por isso não mexeram. Quem soube esse caso ficou impressionado
com tanto caráter de duas crianças. Pensaram as crianças: “não eu meu não mexo”.
Diziam meu
tio Manoel Maroto lá de Canto do Buriti Piaui: “Espinho que pinica, de pequeno já traz ponta.“
Pura verdade, essa máxima da sabedoria popular.
NHOZINHO XV.
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