ZOME NÃO REINOU POR CULPA DE PREÁ.
Catarino,
Contador Dom Inocêncio Piaui, casado com Maria do povo do Angical. Quatro filhos
homens e duas mulheres. Os Catarinos eram negros. O velho tocava Realejo gaita
de boca e depois sanfona pé de bode. Os filhos todos aprenderam tocar. Oito baixos
e passaram como Luis Gonzaga para sanfona piano com teclas. (Euclides) Quido, Tertulino
(Zome) Equídeo e Beca, Tereza e Josefa. Quido mais velho. Em 1958 foram os três
a São Paulo Quido, Zome e Equídeo. Já tocavam sanfona piano.
Nesse
tempo São Paulo crescia construção civil e fábricas. Quido voltou em 1960
levando uma sanfona italiana preta fole vermelho, 80 baixos e fazendo o maior sucesso.
Em
1962 Zome voltou e trazendo um surdo que revolucionou fazendo inveja Adail Ferreira,
afamado sanfoneiro de Moreira.
Ai
juntou os três irmãos um cunhado Tomaz e Pitury, só davam eles os Catarinos como
eram chamados.
De
Angical, Salgado, e todo riacho Itacoatiara a Passagem Nova, eles disputavam com Adail. Certa vez em uma festa na casa de Zé
Patriarca Zome e Adail disputavam quem sabia mais música. Dizem que Adail
reconheceu que Zome era mais sanfoneiro que ele. Acho até estranho, pois Adail
era muito convencido. Zome além de tocar muito cantava que nem uma sereia, voz afinada,
entre grave e aguda.
Mas
em uma noite quem ventava muito e tinha um luar belo de Setembro, uma festa em Vereda das Éguas na casa de Cotinha Zé Preá (Zé Gervásio) mata Zome com uma
facada no peito. Dizem que foi por causa de uma cota, dinheiro para o cara dançar
uma noite. Mas outros falavam que o motivo, circunstância, razão era mulher. Zome
morreu derramando sangue até apagar. Socorro era difícil sem carro e facada no
lugar mortal é morte certa.
Zé
Preá o assassino, ficou preso por um ano e logo foi solto, mas so andava escondido,
os Catarinos não vingaram à morte. Assim foi um dos maiores sanfoneiros nos
anos 1960/64 ano da morte de Zome.
ADÃO
NHOZINHO
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