MAROTOS OBJETIVOS, PRÁTICOS E VINGATIVOS.
Os marotos meu povo, tinham umas peculiaridades boas e ruins.
Um tio que vou emitir seu nome era um homem prático e lógico em todos seus atos,
não gostava de mentira e nem de falar da vida alheia. Esse maroto não perdia tempo
com gente que só falava besteira. O sujeito ia a casa dele a procura de alguma
coisa se pudesse ele servia, mas logo, mandava o cara embora sem falar isso
diretamente. Falava o tio:
— Meu filho ou amigo, você já está servido, e nós temos nossas
obrigações, então imagino que você também
tenho o que fazer— até mais. Sem mandar
mandou o outro embora. Já tio Jerônimo maroto também era boa pessoa, mas
vingativo. Por duas vezes se vingou de Adão Nhozinho. E perguntava muito coisas
insignificantes, como:
—Fulano você sabe de
quem era um rasto que desceu para o lado do Nogueira? Jerônimo como maioria dos
marotos, tinha certo letramento lia e escrevia. Mas quando as vistas estavam
ruins ele pedia para Julieta minha Irmã escrever, ele só ditava. Depois
elogiava que a moça sabia interpretar a carta, ela colocava palavras que ele não falou,
mas pensou.
Neuzona da comadre Rufina gostava de vestir coisas da moda,
já quase esquecida na cidade. Antigamente as modas chegavam ao sertão atrasadas.
“Tio Jerônimo viu Neuzona vestida em um ‘tubim” apertado no corpo e riu. Neuzona
falou:
—Tio Jerônimo o senhor está rindo de mim?
Jerônimo:
— Não Neusa estou rindo é dos usos do mundo justificou. Mas
era gente boa. Naquele tempo só havia no sertão ladrão de bode, mesmo assim, era
coisa rara.
ADÃO NHOZINHO.
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