VARDIM SEM PAPAS NA LÍNGUA.
Vardim filho
de Mamede que tem nome de muçulmano, era um sujeito com parafuso solto. Tinha
uma resposta para tudo na bucha. Exemplo: Se alguém o chamasse de baixinho ele respondia
que não era da conta de filha da puta. Ele era de Salgado, Dom Inocêncio, Piauí.
Certa vez estávamos em Volta do Lalau eu bati em um pandeiro que ele iria fazer
roda de São Gonçalo para quê. Mondou eu meter o dedo em algum lugar de minha mãe.
Palavrão! Fiquei horrorizado. Mas confesso que procurei.
Raimundo
Rocha, um negrão de Jatobazinho, não gostava que alguém o chamassem de Buguel.
Vardim teve uma discussão com Raimundo na casa de Matias, foi tão violenta a
briga, que Raimundo rasgou a manga da camisa de Vardim, este saiu ali onde é a
igreja gritando bem alto. Buguel Buguel! Buguel! ...
Raimundo
teve de engoli seu apelido. Ninguém parava Vardim quando soltava o verbo
raivoso.
Outra vez
foi em Gameleirinha do mesmo município. O dono da casa tinha apelido de Bangûe.
Não sei porque na saida Vardim foi chamar o homem pelo apelido. Ninguém gosta
de bullying, apelido alguma anormalidade. Vardim repetiu banguê até cansar. Depois
Pitury e amigos o tiraram para assim deixar o senhor Banguê em paz.
Em São paulo
foi a polícia tempo da ditadura miliar em Vila Anastácio. Pediram os documentos
e como Vardim era trabalhador mandou que o mesmo se madurasse dali. Vardim
respondeu na bucha: “me mandar por que? Não matei nem roubei”. O soldado ficou
com cara de bobo.
Morei com
Vardim em Vila Anastácio-SP. Era gente boa, mas desaforo ele não leva para casa
como dizem. Morreu ainda jovem de Câncer de próstata.
Ainda em
2008 tivemos um papo gostoso na casa dele em Salgado. Nesse dia Vardim fez um
reisado na casa de Pitury.
Quando
lembro de personagens do meu tempo e que eram diferentes, gosto de contar. Alguns
me chamam de Bobo como foi o caso Inácio Mendes, meu parente, mas não posso me
calar. Quem sabe algo deve falar, se souber pôr no papel, sem medo de críticas.
NHOZINHO XV
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