MÚSICAS TROPEIROS BRASIL INTEIRO.


Tenho autoridade para falar dos tropeiros porque fui dos últimos. Livros: já saíram vida e morte do tropeiro, vingança do tropeiro, diário do tropeiro; o tropeiro que não era nem Aranha, nem Caranguejo, tropeiros da Globo; e última tropa, de um escritor neto de tropeiro, Domingos Pellegrino.
Este gostei demais aprecia comigo.
Dois nordestinos só quem cantaram o tropeiro, Luis Gonzaga e Jacinto Silva. No sudeste e Sul o tropeiro foi muito cantado versado. Os tropeiros do sudeste e sul eram mais ricos. Viajavam até países como Argentina.
Pelo que andei lendo em todo mundo teve tropeiros. Até na guerra usaram animais.
Meus amigos do Sul, chamam tropeiros quem toca gado, não gosto dessa denominação. Gado é vaqueiro e boiadeiro. Tropeiro e comboieiro tocam animais.

Estou lendo a Princesa dos Tropeiros uma história emocionante.
Como tenho narrado o tropeiro tinha uma vida cigana, perdia mulher, não via os filhos crescer e outros coisas...

Tropeiro
Compositor: (Jacinto Silva – D. Mathias)


Tropeiro,
vai parti de madrugada não vê mais a sua amada,
E apressado saía
Tropeiro, é muito longe a estrada põe na frente a burrarada,
E amanhece o dia

Já bem distante o descampado, anoitece
Tropeiro não esquece o seu grande amor
Vê as estrelas no céu brilhando
E o tropeiro ficando cheio de lamor

Para o rebanho já cansado de andar
E vai descansar lá no canto sozinho
Pensa na vida cheio de amargura
Essa criatura vive sem carinho

Tropeiros da Borborema
Luiz Gonzaga.

Estala relho marvado
Recordar hoje é meu tema
Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema

São tropas de burros que vêm do sertão
Trazendo seus fardos de pele e algodão
O passo moroso só a fome galopa
Pois tudo atropela os passos da tropa
O duro chicote cortando seus lombos
Os cascos feridos nas pedras aos tombos
A sede e a poeira o sol que desaba
Ó longo caminho que nunca se acaba!

Estala relho marvado
Recordar hoje é meu tema
Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema

Assim caminhavam as tropas cansadas
E os bravos tropeiros buscando pousada
Nos ranchos e aguados dos tempos de outrora
Saindo mais cedo que a barra da aurora
Riqueza da terra que tanto se expande
E se hoje se chama de Campina Grande
Foi grande por eles que foram os primeiros
Ó tropas de burros, ó velhos tropeiros.

A Partida do Tropeiro
Chiquinha Gonzaga
 
Companheiros, toca avante!
Vamos todos a barandar
A corte fica distante
Temos muito que trotar
Vou selar o meu fouveiro
Que está farto de pastar
Com esse burro motroqueiro
Tenho contas que ajustar
(sem mais tardar, sem mais tardar)

Vinte léguas bem puxadas
Temos hoje que fazer
Se há poeira nas estradas
É sinal que vai chover
Então secos os regatos
Está seco o riachão
Mas há cheiro pelos matos
Que faz bem ao coração
(ao coração, ao coração)

toca avante, Benedito!
Vai lança o burladês
Esse burro, esse maldito
Não me escapa desta vez
Chama o Zé do Burandaco
E tu monta no Baião
Vai pegar-me esse velhaco
Esse cabra, esse ladrão
(burro ladrão, burro ladrão)

Esse burro tem má copa
Tem talento pra valer
Sabe quando parte a tropa
Vai nos matos se esconder
Tem rabicho pela terra
Esse denga malandrão
E se sobe para a serra
Ninguém hoje põe-lhe a mão
(não põe a mão, não põe a mão)

mas se não for encontrado
há um meio de o bispar
o maroto é cotubado
mas não pode me enganar
vão pedir ao João Toureiro
sua égua de montar
e verão como o matreiro
vem à corda se entregar
(vem se entregar, vem se entregar)

Acho justo Zé Corame
Razoável, natural
Que o bichinho também ame
Esta terra que é natal
Mas sou fero quando cismo
Sou cotuba, sou ferrão
Não há cá patriotismo
Quando chega a precisão
(pois não, patrão! pois não, patrão!)

Eu também falo a verdade
Quando deixo este sertão
Sinto logo uma saudade
Me espinhando o coração
Mas pra falar com franqueza
O burro sabe pensar
Porque ele tem certeza
De nunca mais cá voltar
(não mais voltar, não mais voltar)

vamos, vamos Chico Pia
Murcha a flor do embiruçu
E quando for meio-dia
Devo estar em Pajeú
E tu Florêncio Cachola
Manda o cargueiro a boiar
Põe-me as cordas na viola
Que é tempo de caminhar
(de caminhar, sem mais tardar)

Tropeiro
Ainda não temos a cifra desta música
Alembro e tenho saudade
Daquele tempo de traz
Que o transporte era cargueiro
Hoje não esiste mais
A saudade de um tropeiro
Aiai,aiai daquele tempo de gosto
Que passou,não volta mais
Minha vida de tropeiro
Desde o tempo de criança
Sempre no lombo de burro
Sempre fazendo mudança
Era o transpoprte roceiro
Aiai,aiai minha doze mula báia
Não conhecia distancia
Levantava bem cedinho
Antes do dia clarear
Já corria a invernada
Ajuntando os animais
Eu gritava com vóz alta
Quiá quiá,quiá quiá ,já vinha todos correndo
Até na porta do curral
Carregava meu cargueiro
Sem alcílio de ninguém
Subia cortando serra
Parecia vagão de trem
De longe eu vía o sincerro
Blem,blem,blem,blem as caboclinhas dizia
O tropeiro que lá vem
bem chegou op carro de boi
Dominou o sertão inteiro
Do trio fizeram estrada
È o pogresso brasileiro
Hoje é o caminhão gigante
Aiai,aiai mas onde passa o asfalto
Tem o rasto dos tropeiros


Parada Dos Tropeiros
Alembro do meu passado, que já vai muito distante, o pai era tropeiro, eu era seu ajudante. A festança na pousada, não esqueço um instante, a tropa parou na estrada, e o progresso seguiu pra diante. Tropeiro e boiadeiro mudaro de profissão, transporte de boiada é nos possante caminhão. A rodovia asfartada atravessa o sertão, o posto de gasolina sempre foi pousada de peão. Progresso brasileiro deixou a recordação, tropeiro e boiadeiro atravessava o sertão. Abrindo trio e picada, formando povoação, aonde passa o asfarto sempre tem o rastro de peão. A lembrança tropeira no meu coração guardado, o laço e a chinchadeira na garupa do bragado, A batida da porteira no caminho do passado, a image do véio pai, vejo galopando sempre ao meu lado.
 Tropeiro (El Bandolero) - Jesus Ramos e Ariowaldo Pires.
Compositor: Jesus Ramos - Adaptação: Capitão Furtado
Sou um tropeiro e adoro esta vida
A gente vai para onde quiser
Não tenho amores, querência nenhuma
E nunca me prendo por uma mulher

Ter liberdade e um pingo de raça
Esta é a vida que sempre eu quis
Trocando a tropa eu vou pelo mundo
Sorrindo e cantando, sou muito feliz

Muitas mulheres formosas me querem
Quantas promessas de amor recebi
Mas meu destino é vagar pelo mundo
Gostar de alguém eu jamais consegui

Sou um tropeiro e adoro esta vida
A gente vai para onde quiser
Não tenho amores, querência nenhuma
E nunca me prendo por uma mulher

Ter liberdade e um pingo de raça
Esta é a vida que sempre eu quis
Trocando a tropa eu vou pelo mundo
Sorrindo e cantando, sou muito feliz

Quando sozinho eu cruzo as campinas
Em minhas longas jornadas em fim
Sigo pensando numa linda china
Que ficou longe chorando por mim

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Poncho Velho
Ainda não temos a cifra desta música. Contribua!
Um poncho velho, um arreio e um cavalo,
Caminhando no estradão e nos atalhos.
A noite cai, estendo o bacheiro,
Esparramando o cansaço de um tropeiro.
A noite vem, a vida vai,

Tropeiro velho, tocando os animais.
Artas horas vou lembrando o passado,
Os meus pais que o roçado está sem eu.
Das morenas brincando na cascata,
A natureza feita pelas mãos de deus.
A noite vem, a vida vai,
Tropeiro velho, tocando os animais.
Tenho tão pouco, mas eu agradeço,
E adormeço ao luar do meu sertão.
Quando amanhece vou levando a minha tropa
E o velho poncho aquecendo o coração.
A noite vem, a vida vai,
Tropeiro velho, tocando os animais.
Velhos Tropeiros
Pedro Bento e Zé da Estrada
Quem conheceu não esquece jamais
De uns velhos anos que não voltam mais
Ainda me lembro todo dia era dia
Toda hora era hora, esse tempo ficou pra trás.
Naqueles anos só tinha o sertão
Não tinha devastação, caminhão pelas estradas;
Mas haviam muitas criações
Do cavalo garanhão lá nos campos e no sertão.
Velhos tropeiros com toda sua querência
Em sua sobrevivência alegrando seu coração
Quando faziam suas longas caminhadas
Abrindo simples picada formando povoação.
Hoje só resta, só recordação
De todo aqueles anos que desapareceu
Hoje aqueles dias não são dias
Aquela horas não são horas houve grande transformação.
O sertão foi todo devastado
Por estradas cortado pra passar o caminhão
As corrutelas já não existem mais
Os riachos cresceram, cavalos não pastam mais
Tropeiro velho já passaram tantos janeiros
Mas seu nome está gravado no coração dos brasileiros
Quando encontro com você tiro o chapéu
Pois alguns estão no céu com toda santificação
Ainda resta sua fama e sua glória
O seu nome está na história patrimônio da nação.

Tropeiro Gaúcho
Ainda não temos a cifra desta música. Contribua!
Ao despertar da infância logo aos catorze anos
Enfrentei o minuano de peito aberto ao relento
Ouvindo gemer do vento, as manhãs brancas de orvalho
Trazendo por agasalho um velho poncho cinzento.
Troquei o laço de imbira, fiz um de couro de vaca
Com argola opaca para aguentar o repuxo
Uma arma de cartucho que me acompanha nos pampas
Ganhei até a estampa de um bom tropeiro gaúcho.
Fiz do cavalo um amigo nesta dura profissão
Das trovas fiz oração nas estradas campesinas
Cantando pras genuínas linguagens que o guasca usa
Na lida quando ela cruza nas verdes plagas sulinas
Assim eu vou tropeando por entre vales sombrios
Dormindo em beira de rio, tomando meu mate forte
Agradeço a minha sorte ao criador da existência
Só deixo minha querência pela querência da morte

Milton Nascimento - Tropeiro (letra)
Seu moço, por caridade moço
Não me chama de tropeiro não
Não me chama de tropeiro mais não, viu
cê não me chama de tropeiro mais não.
Porque tropeiro é uma praga, seu moço
que nunca teve cotação,
se compra na venda e não paga, seu moço,
já leva a fama de ladrão.
Seu moço, por caridade moço,
Não me chama de tropeiro, mais não
não me chama de tropeiro, mais não viu
cê não me de tropeiro não.
Porque a vida de tropeiro, moço
é uma vida amargurada
é uma vida amargurada
é uma vida amargurada
e, bate perna o dia inteiro, moço
na poeira da estrada
na poeira da estrada
na poeira da estrada
Porque tropeiro, quando parte, moço
leva saudade do seu bem
leva saudade do seu bem, ai
leva saudade do seu bem
E quando chega de viagem ,moço
nem tempo de amar não tem, ai
nem tempo de amar não tem, ai
nem tempo de amar não tem.
Seu moço, por caridade moço
Não me chama de tropeiro não
Não me chama de tropeiro mais não, viu
cê não me chama de tropeiro mais não.

Tropa Saudosa
Jacó e Jacozinho
No tempo que eu fui tropeiro tudo foi felicidade
Eu tratava com carinho minha tropa de qualidade
Nos lugares que eu passava causava curiosidade
Acabou aquela lida acabou minha vaidade
Daquela saudosa tropa conhecida até na Europa
Hoje só resta saudade
Me lembro do burro preto e também da bailarina
Da minha besta ruzia e da saudosa granfina
Lembro e tenho saudade da tordilha Campolina
No lombo deste mulão eu atravessei Nova Londrina
Eu só tive bons produtos com o meu cavalo enxuto
Ganhei aquela menina
Com o meu cavalo preto eu lidava com boiada
Na chincha da mula baia arrastei boi da invernada
E o meu burro Picasso foi o campeão da estrada
A minha mulinha branca eu não vendi nem por nada
Minha tropa era elegante fez proeza importante
Com minha besta adorada
Com o meu cavalo branco eu passeava o fim de semana
Com o meu zaino na raia eu ganhava muita grana
Hoje só resta saudade daquela tropa bacana
Só pude guardar o arreio e aquela linda baldrana
Lá no fundo da gaveta a foto da mula preta
E também da besta ruana.

Narrou , NHOZINHO XV.

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