JERÔNIMO TROPEIRO DESCAMISADO DO PIAUÍ.

Em Olho D’água, zona rural de Dom Inocêncio Piauí, morava Jerônimo maroto. Um tropeiro de viagens longas e cansativas gastava de 20 a 30 dias de sua região a Bom Jesus do Gurgueia Piauí. Ele mesmo fazia a cal e com seu filho Zé iam vender e comprar alguma coisa em Canto do Buriti e Gurgueia. Em São João do Piauí Jerônimo comprava alguma coisa para viagem e seguia. Fazendo uma parada em Canto do Buriti.
Em uma destas viagem aconteceu um caso curioso. Jerônimo tinha uma mania de tirar a camisa por conta do calor no sertão nordestino. Ao passar por Elizeu Martins foi parado pela polícia local. O cabo, chefe de quatro soldados perguntou, se Jerônimo sabia que era proibido andar na cidade sem camisa. O tropeiro respondeu que não sabia. Pelado sim, mas sem camisa achava que podia. Foi alertado pela agente policial de que nunca mais fizesse isso, andar sem camisa era, atentado ao pudor. Jerônimo perguntou o que o senhor disse? Penso o acusado que era palavrão este tal de pudor.
Jerônimo chegou em casa cansado e com vontade de fazer amor, mas teve uma surpresa nada agradável. Gaudência sua mulher, foi olhar as pisaduras de uma Burra velha que estava só ferida. Pergunta a Jerônimo porque daquilo. Jerônimo revoltado e sentindo-se injustiçado, fazia tanto sacrifício para manter a casa sem ninguém passar fome e sua amada o recebia com reclamação. O tropeiro desabafou: “ Gaú eu não sou cangalha não, vê-se não me “aporrinha” me amola, diria Jerônimo.
Quem ouviu espalhou pelo sertão tio Jerônimo era uma figura.


Nhô Adão tropeiro

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