MENINO TROPEIRO DO PIAUÍ ANTIGAMENTE.
O marido de
Eva foi um tropeirinho quando criança no sudeste piauiense. Viajava de Dom
Inocêncio, antes Saõ Raimundo nonato, até Canto do Buriti, Itaeuira, vendendo
Cal. Era uma vida sofrida um mês para ir e voltar. Ficava sem tomar banho, pois
água era coisa rara e não tinha tempo precisava continuar a viagem longa.
Marido de
Eva certa vez em Canto do Buriti saiu pela cidade oferecendo sua mercadoria de casa em casa. O pobre menino era gozado no
seu jeito de falar com um sotaque em forma de canção. “ O sem-hor qu-er me com-prar
calll...” Foi motivo de chacotas da "gente civilizada
da cidade". Uma vez o menino quase apanhou da polícia por enganar um mulher
bonita e bem nascida, na medida da Cal. Esta mandou um soldado atrás do moleque
ameaçan-o a todo momento, o moleque teve de devolver mais duas latas de Cal a
mulher.
Marido de
Eva foi para o sudeste tentar a vida na construção civil e nunca mais voltou.
Hoje é aposentado por merecimento. Mas não esquece aquela vida sofrida de
tropeiro no Piauí há 45 anos. Hoje por lá está tudo mudado ninguém passa mais
fome nem é tropeiro como o marido de Eva.
Adão
DesousalinA
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