PIAUÍ, TROPEIRO DE ANGICAL, DELIRANDO.
Pelos anos
1950/ 1972 no Nordeste era visível as tropas de Jumentos e alguns Burros
cruzando o sertão. No Piaui, saindo do interior de São Raimundo Nonato,
chegavam até Oeiras. Seguindo para a Bahia, Pernambuco, Petrolina X Juazeiro. Transportavam
de tudo e traziam outras mercadorias tipo fumo, rapadura e cachaça os tropeiros
serviam de mensageiros, curandeiros, pois o bom tropeiro eram um homem
experiente na vida. Fazia batizado, rezava em doentes, tocava sanfona, declamava
poesia cordel; resolvia pequenas causas, com um bom diálogo.
Nego Velho
foi tropeiro por muitos anos. Na região Angical Dom Inocêncio Piauí, passagem de tropeiros de sul a norte do estado e para os estados vizinhos, Pernambuco e Bahia. Quando chegou aos 80 anos não podia mais viajar.
Era dificil chegar a esta idade no passado. Homens morriam com menos de 60
anos.
Pois bem, Nego Velho ficava na beira da estrada ouvindo as tropas passar,
quase não enxergava, catarata naquele tempo era cegueira na certa.
Quando ouvia
os chocalhos e Tropeiros gritando com os animais ele pegava um Laço, um relho, com ponta fina de corda, que estala como se fosse um tiro de arma de fogo. Ficava
gritando como se fosse uma tropa. Logo acordava do seu delírio chorando, era
sonho de um velho tropeiro, que perdeu a profissão. Hoje com seus oitenta
dezembros só restava a saudade cruel...
Mais uma
parte da vida tropeira contado por
Nhô Adão um ex-
tropeiro até 1972 no Piauí.
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