
Nunca deve prender animais Bicho viver acorrentado É um padecer eterno, Longe do natural estado, Sente-se um prisioneiro Um eterno enjeitado. Eu sou nascido no Piauí Moço, foi aprisionado Por tal Emílio Rufina, Me tirou de um oco Eu e mais dois irmãos, Foram dando os outros Só ficando eu como preso; Me sentia um restos De uma rara espécie Depois só desgostos. Levado para São Paulo, Sempre mesmo castigo Mesmo sofrer profundo; Sem um sequer amigo Minha vida foi assim Desde que nasci, perigo. Até que chegou o fim: Vivi neste martírio Uns quarenta anos Em tremendo delírio, Pela enfermidade Não tive qualquer alivio. Por fim, do Piauí a são Paulo Fui para junto|Deus Que sejam perdoados Os inimigos meus; Toda família Rufina Deixo meu fino adeus. DEMPARASO//Adão Salina